DITRICHACEAE

Chrysoblastella chilensis (Mont.) Reimers

Como citar:

Tainan Messina; Miguel d'Avila de Moraes. 2012. Chrysoblastella chilensis (DITRICHACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

0,00 Km2

AOO:

4,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil, sendo mencionada na Lista de Musgos do Chile (He, 1998). Sua distribuição se estende através da Cordilheira dos Andes, até a Colômbia e a República Dominicana; além disso, possui registros em algumas ilhas subantárticas, como Tristão da Cunha, Ilha Marion, Geórgia do Sul e Ilha Macquarie, além de Nova Zelândia e sudeste da Austrália (Larraín, 2009). No Brasil a espécie ocorre nos Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro (Peralta, 2012). Foi registrada em altitudes de até 2100 m, no Planalto do Itatiaia (Costa et al., 2005); em regiões andinas costuma ocorrer até cerca de 5.000 m de altitude (Kuc, 2000).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Tainan Messina
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Critério: B1ab(iii)+2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Ocorre em Campos de Altitude nos Estados nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, estando sujeita a apenas duas situações de ameaça. Tem EOO de 269,87 km². Apesar de protegida por unidades de conservação (SNUC), a frequência do fogo nas suas regiões de ocorrência é bastante significativa. Este fato, associado à vulnerabilidade da espécie às queimadas e ao declínio constante na qualidade do hábitat, permite avaliar a espécie como "Em perigo" (EN).

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita originalmente na obra Hedwigia 66: 51. 1926., a espécie é monotípica, fácil de distinguir pelo seu aspecto carnoso e por características microscópicas particulares (Larraín, 2009). Foram empregadas muitas classificações até ser finalmente considerada como uma espécie distinta, o que pode ter mascarado os dados de distribuição (Sainsbury, 1971; Buck, 1981).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em Florestas Ombrófilas Densas (Costa et al., 2009) e Campos de Altitude (Peralta, 2012).
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane
Detalhes: Espécie terrícola, possui forma de vida em tufo (Peralta, 2012), ocorre em vegetações campestres de altitude nos Neotropicos; no Brasil, os registros foram efetuados em Florestas Ombrófilas Densas (Costa et al., 2009) e Campos de Altitude (Peralta, 2012) associados ao Domínio Fitogeográfico Mata Atlântica (Costa et al., 2009; Peralta, 2012).

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture local high
A Serra de Itatiaia, apesar de possuir uma unidade de conservação (SNUC) de proteção integral, sofre com a questão fundiária; a área protegida não é respeitada, e atividades como abertura de pastagens e culturas cíclicas e permanentes configuram as maiores ameaças a integridade de sua biota (Rocha et al., 2003).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) local high
Os Campos de Altitude sofrem com o progressivo aumento de atividades antrópicas em seu entorno e interiror; a sensibilidade dos solos, rasos, facilita que processos erosivos entrem em curso; a remoção da vegetação tampão no entorno facilita a invasão de espécies exóticas de alto poder competitivo, que uma vez instaladas, competem diretamente por recursos com a flora nativa, muitas vezes suprimindo-a (Martinelli, 2007).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.7 Fire local high
Aximoff (2011) reporta intensos incêndios nas áreas altas do Estado do Rio de Janeiro; no Itatiaia, uma das localidades onde a espécie foi registrada, os incêndios incidem severamente sobre a vegetação de Campos de Altitude no Planalto, configurando séria ameaça a perpetuação da flora nativa, como C. chilensis.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3.1 Mining local high
A mineração de granito-gnaisse e outras rochas alteram irremediavelmente o substrato onde C. chilensis ocorre (Martinelli, 2007).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) local high
O Estado do Espirito Santo, onde a espécie também possui registros, perdeu a mair parte de sua cobertura vegetal nos últimos séculos de exploração; dados do SOS Mata Atlântica (2011) indicam que menos de 12% da vegetação original do Estado permanece sem alterações significativas.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
"Em Perigo" (EN) segundo a Lista da flora ameaçada do Estado do Espirito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
A espécie ocorre em duas unidades de conservação (SNUC) no Estado do Rio de Janeiro: Parque Nacional do Itatiaia e Área de Proteção Ambiental da região serrana de Petrópolis (Costa et al., 2005).